A etapa de Haleiwa, última parada para os surfistas que pretendem ascender à elite do surfe mundial chegou a seu 2º dia de competição com dois rounds já concluídos, a corrida pela vaga está frenética, a situação ficou completamente aberta e favorável para surfistas que chegaram no Havaí com poucas chances de classificação como Thiago Camarão 28º, Jacob Wilcox 30º, Alex Ribeiro 32º, Vasco Ribeiro 38º e até Jessé Mendes que ocupa a 40º posição do ranking.
Esses surfistas ganharam dezenas de esperança ao verem a grande maioria daqueles que estão la na frente do grupo que está fora da linha de corte caírem, além de ver caírem também nomes como Imaikalani DeVult, Nat Young, Lucca Mesinas, Carlos Muñoz e Jackson Baker, surfistas que estavam classificados até Haleiwa começar, desses nomes, Imaikalani e Nat são os melhores classificados e é possível que continuem no grupo que sobe mesmo que tenham saído cedo da competição.
Antes de falar desses caras é necessário dizer que John John Florence voltou com força total, o havaiano deu um show de surfe em sua bateria, ele usou todos os recursos que um bicampeão mundial tem a sua disposição, John John voou, usou muita borda, entrou nas junções com sua habitual violência disfarçada de sutileza, fez tudo isso com muita segurança e não deu chances a ninguém em sua bateria, apesar desse confronto ter tido show também de Thiago Camarão, ficou claro que John John estava em um nível acima. Mas esse mesmo John John parece causar uma espécie de euforia, excitação ou algo similar nos juízes, é legitimo dizer que as notas que entraram em seu somatório 9.23 e 9.07 foram justas, contudo, em sua 2ª onda da bateria, uma onda que não entrou em seu somatório, ele deu uma rasgada dividida em quatro prestações, ficando preso no lip, depois entrou na junção de uma onda pequena, ele rabetou e inverteu, mas em uma onda pequena que a primeira manobra saiu completamente errada, nessa onda John John recebeu 7.17, algumas baterias antes Ian Gouveia havia pego uma onda bem maior mandando três trauletadas no lip, daquelas de mandar a onda de volta para o oceano, sendo que na última ele segurou a pressão do lip que despencava enquanto ele voltava, nessa onda Ian recebeu 7.37, definitivamente a régua de John John é outra, e ele não precisa disso.
John John está competindo apenas para ganhar ritmo para voltar na temporada 2022, porém alguns caras que precisavam de resultado caíram logo na primeira bateria que disputaram, esses caras viram suas chances de entrar na elite escorregar pelos dedos quando estavam muito próximos, isso aconteceu com Lucas Silveira, Mateus Herdy, Michel Bourez e outros que totalizam os dez primeiros surfistas abaixo da linha classificatória, somando a isso a queda de cinco surfistas que estavam entre os classificados, os caras lá de trás, Thiago Camarão, Jacob Wilcox, Alex Ribeiro, Vasco Ribeiro e Jessé Mendes precisam pensar em quartas de final para cima, caso queiram mudar o cenário de classificados, não é fácil, mas perfeitamente possível, neste momento é referência de vida ou morte para eles. Thiago Camarão e Jessé Mendes fizeram apresentações irretocáveis, se continuarem surfando assim, podem até vencer o campeonato.
João Chianca e Samuel Pupo, os únicos brasileiros que estavam dentro da linha de corte até Haleiwa começar passaram suas baterias e continuam classificados para a elite, além desses dois nomes representarem renovação, caso Samuel se classifique será a primeira vez que veremos dois irmãos brasileiros correndo o circuito mundial desde o longínquo 2003, ocasião em que Teco e Neco faziam parte do tour. O jogo está completamente aberto, Camarão está vivíssimo, Alex também, Caio Ibelli e Wiggolly Dantas ainda estão na competição mas a esperança para esses dois reside em fazer final, pra eles o processo é bem mais difícil, oito brasileiros no total continuam na competição, Ezikiel Lau, Connor O’Leary e Jake Marshall ja estao qualificados, hoje a tarde devemos ter o terceiro dia de ação em Haleiwa, veja aqui as baterias do round32, a corrida está completamente aberta, independente de quem ainda consiga alguma vaga, 2022 será o ano de maior renovação no surfe mundial da última década, não perca, Haleiwa vai definir tudo.
Aloha!
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