Por: Marcos Aurélio Chagas.
Como é bom falar das últimas do surfe e não ter no horizonte apenas as ultimas noticias da WSL.
A Confederação Brasileira de Surfe, depois de realizar algumas etapas em diferentes categorias, etapas da primeira e segunda divisão do surfe profissional, etapa de Longboard e outros, realizou este final de semana o CBSurf Rip Curl Grom Search, a gurizada abaixo dos 18 anos deu um verdadeiro show em Ipojuca-PE. Nomes conhecidos como Ryan Kainalo (SP), Alexia Monteiro (RS) e Anuar Chiah (PR), venceram em suas categorias, Ryan e Alexia Sub16, Anuar Sub14, além deles venceram também Guilherme Fernandes (SP) e Kaiane Hyakutake (SC) na Sub18, Luiza Teixeira (SC) Sub14, Vini Palma e Carol Bastides (SP) na Sub12. Em Pernambuco a novíssima geração do surfe brasileiro mostrou seu valor em uma grande celebração do nosso futuro, nosso esporte está renascendo em força e esperança, depois de uma década de ostracismo, parabéns a nova administração da CBSurf.
Terminou ontem na merrecaria de Huntington Beach o Vans US Open of Surfing, evento valido pelo Challenger Series, circuito de acesso a elite mundial, o marrento havaiano Ezekiel Lau venceu o evento enfrentando na final o mais admirado surfista da primeira fase do tour, o saquaremense João Chianca, em um mar mais merrecado que Jaguaribe em pleno verão de Salvador, Lau venceu apertado mas sem margem para subjetividade. Com quatro etapas já realizadas de um total de sete, apenas dois brasileiros se encontram neste momento entre os dez que ascendem para a elite, o experiente catarinense Alejo Muniz, top 10 do mundo em 2011 e João Chianca com seu surfe admirável, na porta de entrada está Mateus Herdy na 12ª posição e na sequencia Michael Rodrigues na 17ª, Michael não correu na Califórnia em virtude de uma contusão, espero que ele possa correr as próximas etapas, MRod está em um ano fantástico, surfando muito.
Por falar em contusão, Gabriel Medina e John John Florence serão as ausências mais sentidas em Teahupoo, ao menos por nós, a audiência. O havaiano sentiu um de seus joelhos machucados em G-Land e desde então está fora do tour, o brasileiro se machucou em Saquarema e ainda não se recuperou completamente, John John até ensaiou um retorno em Jeffreys Bay, seu nome chegou a ser relacionado na 7ª bateria do Opening Round mas ele acabou não competindo, agora, em Teahupoo, ele foi relacionado mais uma vez, na 8ª bateria do Opening Round, mas a WSL anunciou logo em seguida que ele está fora, em seu lugar entra o “Espartano” Michel Bourez, surfista local.
Outro nome confirmado em Teahupoo é do também local Kauli Vaast, ele venceu a triagem contra seu conterrâneo Matahi Drollet, ontem, domingo (07/08), além de Bourez e Vaast, quem também aparece como convidado é o veterano australiano Nathan Hedge, o aussie está escalado na 3ª bateria, Nathan nunca venceu em Teahupoo, sua última participação por lá foi em 2014, quando venceu Adriano de Souza com direito ao primeiro 10 da competição, para no round seguinte perder para o campeão da etapa Gabriel Medina. Fico me perguntando quais seriam os critérios que confirmam a presença de Nathan Hedge ao invés de nomes como Adrian Buchan, Julian Wilson ou Owen Wright, três campeões em Teahupoo, 2013, 2017 e 2019 respectivamente, Ace venceu kelly, Julian e Owen venceram Gabriel, Owen é o defensor do título, não apenas isso, em 2018 ele também fez a final em Teahupoo, esses caras além de vencedores da etapa são australianos, mais jovens, mais conhecidos e melhores surfistas que Nathan, como afirmar isso? Basta olhar os resultados de suas carreiras! Certamente esses motivos não motivam a WSL, vai entender.
A ausência de John Jhon e Gabriel é uma espécie de alivio para os surfistas que estão brigando pela vaga no WSL Finals, Gabriel ocupa a 24ª posição do ranking e possivelmente enfrentaria nos rounds iniciais ao menos dois dos cinco candidatos, vamos combinar que ninguém quer encontrar um tricampeão mundial, bicampeão da etapa e o melhor tuberider da atualidade logo de início, assim como ninguém quer encontrar um bicampeão mundial e vencedor da etapa logo de cara, caso do John John, com a ausência deles a competição perde em qualidade, contudo, deixa a briga realmente para aqueles que estão na labuta para os finals five.
Dentre aqueles que estão entre os cinco, os únicos confirmados para o WSL Finals são Filipe Toledo e Jack Robinson, líder e vice líder, Ethan Ewing, Ítalo Ferreira e Griffin Colapinto ainda precisam confirmar suas vagas com o resultado de Teahupoo, dos cinco, o melhor tuberider disparadamente é Jack Robinson, não me surpreenderia nem um pouco se ele vencesse o evento, se isso acontecer, para chegar líder em Trestles Filipe precisa chegar ao menos na nona colocação em Tehupoo, o que significa passar a bateria do Opening Round, ou em caso de derrota passar pelo Elimination Round, ou seja, no máximo duas baterias, apesar do retrospecto de Filipe em Teahupoo não ser bom, não podemos dizer que esteja tão difícil para ele.
Dois personagens que podem mexer bastante com o quadro dos confrontos são Yago Dora e Kauli Vaast, o brasileiro vem completamente livre, leve e solto, embalado por duas semifinais em ondas completamente diferentes, uma semifinal nas esquerdas de Itaúna, outra nas direitas de J-Bay, Yago já mostrou que tem intimidade com ondas de consequência e ninguém tem aproveitado tão bem as oportunidades como ele, de olho em Yago, ele vai enfrentar os caras lá da frente, de olho também em Kauli Vaast, de todos os surfistas que vão competir, talvez Kauli seja o cara com mais horas surfadas em Teahupoo, ele conhece aquela onda profundamente, Kauli surfou recentemente aquilo que pode ser considerado a maior onda já surfada naquela bancada, veja aqui, apesar dele cair na tentativa de fugir do funbow, se posicionar e colocar no trilho em uma onda desta magnitude é coisa para poucos, mas Kalui não é apenas essa onda, ele é sinônimo de atitude e de quilometragem dentro dos tubos de Teahupoo em qualquer condição, seu nível de conhecimento sobre esta onda está acima de qualquer outro competidor, esse cara também pode mudar o jogo no topo do ranking, de olho nele.
Teahupoo começa próxima quinta 11/08, três vagas para o WSL Finals estão em aberto ainda, Filipe precisa passar duas baterias para se manter líder, Robinson há um ano atrás entrava na etapa do México precisando de um bom resultado para não cair, hoje, ele está brigando pelo título, com a ausência de Gabriel e John John podemos dizer que ele é o favorito para vencer em Teahupoo, certamente é o cara que vem com a mente mais confiante dentre os cinco, Ethan e Ítalo estão confortáveis, assim como Filipe eles precisam de duas vitorias em Teahupoo para se garantirem entre os cinco, Griffin é o último nome dos cinco, tem sete caras atrás dele que podem tomar sua colocação, mas para isso ele precisaria perder nos rounds iniciais, apesar de não ser impossível, é pouco provável, como ele é bom tuberider, eu acredito que se mantenha nesta colocação, Kelly e Barron Mamiya, vencedores das duas primeiras etapas, mesmo que vençam em Teahupoo não têm mais chances de se colocarem entre os cinco, com isso, se tudo ocorrer dentro daquilo que é o “normal”, os cinco nomes para o WSL Finals permanecerão os mesmos, Filipe, Jack, Ethan, Ítalo e Griffin, mas teoria é teoria e competição é competição, à partir de quinta saberemos se a teoria dos nomes já definidos está correta, até lá!
O convidado de direito ao lugar de Gabriel Medina na minha opinião deveria ser o João Chianca, devido a sua performance na primeira metade do WSL CT e sua habilidade nas ondas de TEAHUPOO’O!!!
Nada contra ao grande amigo e super surfista Nathan Hedge, mais nada a ver ele estar alí tirando a chance de um atleta que já mostrou ao mundo para que veio para a elite do surf mundial. Na verdade não perdeu no seu surf, mais sim para os erros grotescos dos juízes da WSL!! Alohaaa🙏🌊🇧🇷🇺🇸