Pipeline começa próxima semana dando início à briga pelo título mundial, tricampeão mundial e maior vencedor da década Gabriel Medina é o nome a ser batido, mas isso não torna ele absoluto, John John, Ítalo e Filipe devem ser seus adversários reais, aqueles que brigarão com ele até o minuto final, contudo, outro nome quer se colocar em meio ao protagonismo desses personagens.
Com quatorze temporadas e seis vitorias na elite do surfe mundial, Jordy Smith falou para a australiana STAB a respeito de seu retorno, Jordy diz que está treinando até oito horas por dia, mantendo o corpo forte e flexível, e que sua meta primária é vencer no Havaí, não apenas vencer uma etapa, vencer Pipe e Sunset, embora Jordy seja aquilo que os gringos denominam como um freak, eu diria que essa é uma meta extremamente ambiciosa, se levarmos em consideração que ele tem seis vitorias na carreira, duas vitorias em 2022 representaria 33% de tudo que ele conseguiu em 13 anos, é possível, mas muitíssimo pouco provável. O Surfe de Jordy é o encaixe perfeito para Sunset, ele inclusive já venceu ali, em 2016 quando a etapa era um QS10.000, lá ele é um dos favoritos, diria até que ele e John John são os grandes favoritos, mas em Pipeline é difícil acreditar que ele possa vencer nomes como Gabriel Medina, John John Florence e Kelly Slater, esses caras são os grandes especialistas nessa onda, a tarefa dele não é fácil. Mas se você pensa que a meta de Jordy para por ai está enganado, ele pretende se sagrar o grande campeão mundial no final da temporada, certamente Jordy estudou o xadrez para chegar entre os cinco, esse é seu maior desafio, isso acontecendo, não é tão absurdo ele pensar em ser campeão, com o título se decidindo mais uma vez em Trestles as chances do gigante sul-africano se multiplicam, Jordy surfa aquela onda como se estivesse em casa, das seis vitorias de Jordy na elite, duas foram em Trestles, 2014 e 2016. O desafio de Jordy é grande, mas só se chega a algum objetivo quando você se auto desafia, difícil acreditar que quatorze anos depois ele conseguiria seu tão sonhado título mundial, mas confesso que gostaria de ver Jordy voltando como grande protagonista, o surfe do sul-africano é de campeão, final do ano veremos como ele se saiu.
Como já dissemos acima, Trestles será mais uma vez o local de decisão do WSL Finals, nos resta apenas torcer para que as ondas estejam melhores que as do ano passado. A etapa de Trestles estava no calendário anterior como a sétima parada do tour, com a mudança para a etapa decisiva, entrou pela primeira vez no calendário da elite do surf mundial uma das direitas mais animais das américas, se não a mais animal, Punta Rocas em El Salvador, com a configuração escolhida, o tour sai de G-Land uma das melhores esquerdas do mundo para Punta Rocas, parabéns a WSL, bela escolha.
A WSL já divulgou as baterias do Pipeline Masters, veja aqui os confrontos, confesso que estou curioso para ver as performances de João Chianca e Samuel Pupo encarando Pipe, além deles, Carlos Muñoz e Lucca Mesinas também me inspiram curiosidade, Miguel Tudela, peruano como Mesinas, está convidado para a etapa, mas esse tem intimidade com a fera do pacifico norte.
A lenda máxima do surfe, Kelly Slater, tem entrado em polemicas nas redes, o GOAT já se pronunciou contra vacinas para COVID, no ano passado ele se envolveu em um bate-boca ao definir a Covid como uma doença de obesos, idosos e não saudáveis, do alto de sua sabedoria Kelly declarou ainda que: “Sabia mais sobre ser saudável do que 99% dos médicos”. Com todo respeito ao GOAT, devo admitir que está faltando um pouco de modéstia e até bom senso em suas crenças, o experiente Adrian Buchan rebateu Kelly com elegância, dizendo que não consultaria um médico para saber qual prancha usar em Pipeline, acho que a maioria das pessoas também não.
Kelly não se vacinou e depois da situação envolvendo o tenista Novak Djokovic na Austrália, o Ministro dos Esportes daquele país, Richard Colbeck, mandou um recado direto para o GOAT, ele disse: “Kelly Slater não tem chance de entrar se não for vacinado”, segundo matéria publicada no The Sidney Morning Herald, Colbeck disse que viu os comentários de Slater sobre a situação de Djokovic, e, embora a lenda do surfe pudesse solicitar uma isenção médica como qualquer outra pessoa, ele teria que provar uma contra-indicação para a vacina, Colbeck disse ainda: “Acho que ele conhece as regras. Não importa se você é surfista, tenista, turista ou qualquer outra pessoa, essas são as regras, eles se aplicam a todos”. Kelly gostando ou não, políticas de fronteiras devem ser obedecidas, com isso, a lenda máxima do surfe deve deixar de surfar a perna australiana.
A WSL alertou aos surfistas não vacinados que eles devem enfrentar obstáculos significativos ao viajar pelo mundo, podendo ser impedidos de entrar em alguns países devido à saga do visto. Aqui no Brasil o jornal O Globo, afirma ter consultado todos os surfistas brasileiros e todos confirmaram que estão vacinados, inclusive Gabriel Medina que não iria para Teahupoo o ano passado, por não ter se vacinado à época.
Lá no Havaí as ações já começaram, a maioria dos surfistas do tour já estão na ilha, Jack Robinson, Griffin Colapinto e John John estão fazendo a festa dos filmakers de plantão. Com as saídas de Adriano de Souza, Jeremy Flores, Julian Wilson e Michel Bourez, o número de vencedores em Pipe ativos no tour cai pela metade, dos 36 surfistas que participarão da etapa apenas 04 deles venceu ali.
O Inexorável Kelly Slater que faz 50 anos em fevereiro, comemora 30 anos de sua primeira vitoria na rainha do north shore, naquela ocasião as finais tinham quatro surfistas, Kelly venceu Sunny Garcia (2º), Liam McNamara (3º) e Barton Lynch (4º), ele era o mais jovem daquele confronto, 30 anos depois e com sete vitorias na competição, sendo a última em 2013, Kelly tem idade para ser pai de qualquer outro finalista, ainda assim continua com possibilidades reais de vencer a competição, se isso acontecer, além de um ótimo presente de aniversário, tiraria Kelly do centro das polemicas, Kelly foi feito para surfar.
Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e John John Florence são os outros surfistas que já venceram em Pipeline, com cinco finais, dois 10 para o BackDoor, uma vitória e muitas baterias vencidas por combinação, até sobre o local hero John John, Gabriel Medina é o grande favorito, mas competição só se ganha dentro d´agua. Ítalo é o maior go for it de todos, seu excesso de vontade e atitude pode leva-lo a vitória ou a derrota na mesma velocidade, John John é sempre um eterno favorito, mas parece que a torcida pesa na hora da decisão, Griffin e Robinson vêm correndo por fora e Jordy já avisou que vai para vencer as duas etapas, acreditando nisso ou não as ações com a lycra só começam dia 29, até lá todas as análises e desejos são apenas conjecturas, uma coisa é certa, o show vai começar.
Aloha.
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