Para a maioria das pessoas, existe uma mística sobre o número 13 que o torna sinônimo de má sorte, azar, urucubaca, mas como as circunstâncias de vida definem as crenças de cada um, existem também as opiniões divergentes.
Para o líder da geração Brazilian Storm, Adriano de Souza, o número 13 tem sentido contrário ao cultuado pela maioria das pessoas, trata-se de seu número de sorte, mais do que isso até, é seu número de vida.
Em uma sexta-feira 13, do mês de fevereiro de 1987, há exatos 34 anos nascia um predestinado, um garoto que se especializou não apenas em vencer, mas em vencer o impossível.
Adriano de Souza, nascido em uma comunidade do Guarujá, nunca escondeu de ninguém que sua missão de vida era ser campeão mundial de surfe profissional. Lá atrás, mais especificamente em 2002, o obstinado garoto do Guarujá dava sinais para os mais atentos de que poderia ser possível cumprir sua missão. Neste ano ele tornou-se o mais jovem campeão de uma competição de surfe profissional, vencendo aqui no Brasil com apenas 15 anos uma etapa do saudoso Super Surfe, fato que, possivelmente elevou em muito seu grau de obstinação, Dois anos mais tarde, em 2004, o focado Adriano venceu mais uma dura batalha, se tornando Campeão Mundial Júnior. Em 2005 o garoto moldado nas ondas do Guarujá virou gente grande, Adriano correu o World Qualifying Series e se tornou o recordista de pontos, garantindo assim sua vaga na elite do esporte, de onde jamais saiu.
Na carreira de Mineiro a única coisa que veio de graça foi a velha prancha de trinta reais doada pelo irmão Ângelo, e ele aproveitou muitíssimo bem, no mais tudo foi conquistado. Em 2009 Mineiro venceu sua primeira etapa na elite do surfe mundial, em Mundaka na Espanha. Mineiro fez uma campanha sólida e ao final do circuito daquele ano ele alcançou a seletíssima posição de TOP 5, ficando à frente de nomes como Kelly Slater e Dane Reynolds. Deste ano em diante, Adriano assumiu sem nenhum mimimi a postura de candidato a campeão mundial de surfe profissional, o céu era o limite.
Ao longo dos anos Adriano desenvolveu um raro conjunto de habilidades, como disciplina, foco, obstinação e resiliência, sua força mental e regularidade, o tornaram para esse colunista, o mais completo competidor entre 2011 e 2015, então, em 2015, depois de uma perna australiana perfeita, depois de grandes apresentações no decorrer do ano, depois de sua nona temporada na elite do surfe mundial, o garoto que havia começado a surfar por ter ganhado uma prancha velha de trinta reais, conquistou o mundo alcançando seu objetivo de vida ao se tornar o 18º campeão mundial de Surfe Profissional em 39 (trinta e nove) anos do tour. O que dizer? Parabéns Adriano! O título foi apenas uma mera formalidade para oficializar aquilo que nós já sabíamos, você é sinistro.
Dado parabéns pelo título é hora de parabenizar Adriano por mais um ciclo, pelo seu aniversário, ao completar 34 anos, a história de vida que esse campeão construiu deve ser contada e recontada, Adriano saiu de uma comunidade do Guarujá, foi o mais jovem a vencer uma competição profissional, campeão mundial júnior, recordista de pontos do WQS, campeão mundial profissional, o brasileiro que se manteve mais tempo na elite do surfe mundial, o terceiro brasileiro que mais venceu etapas no tour, e, já tendo escrito toda essa linda história, nosso Capitão Nascimento está se despedindo do circuito onde ele colocou seu nome entre os maiores de todos os tempos. Adriano merece toda nossa admiração e respeito, no dia do seu aniversário nós precisamos dizer obrigado ao Ângelo pela prancha velha de trinta reais, é preciso dizer também obrigado Champ, parabéns por mais um ano e pelo exemplo de vida que você é, boa sorte em sua última temporada, boa sorte na vida, o surfe te agradece. Aloha!
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