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Foto do escritorRedação | Vision Surf |

Em dia de altas ondas, Nathan Hedge garante a lycra amarela para Filipe em Trestles.

Por: Marcos Aurélio Chagas.

O que era para acontecer às 22:35h de ontem, aconteceu hoje as 14h, Teahupoo voltou no meio do Opening Round masculino, com Filipe Toledo entrando no mar contra Kelly Slater e Nathan Hadge.

Kelly e Nathan passeavam nas linhas perfeitas de Teahupoo enquanto Filipe parecia acuado, de posse da prioridade, por duas vezes ele remou e não foi, terminando a bateria tendo surfado apenas uma onda que lhe rendeu 1.87, com essa soma o líder foi obrigado a competir no Elimination Round.

Filipe foi bastante criticado no chat da transmissão, de fato, ele não parecia à vontade no line up, contudo, chamar o cara de pipoqueiro, beira a enfermidade mental. Filipe Toledo é o melhor surfista do ano e ponto final, ele pode até não vencer em Trestles, apesar de eu achar isso muito pouco provável, esse formato não é justo, beira uma loteria, mas ainda que isso aconteça, nada tira o brilho do ano dele.

Filipe Toledo - Foto: Damien Poullenot

Sabemos que Filipe não está entre os melhores surfistas em Teahupoo, eu diria que essa é a única parada do tour onde ele precisa dedicar tempo e querer melhorar, mas não porque ele é merrequeiro, pipoqueiro ou não sabe entubar, como equivocadamente algumas pessoas dizem, ele precisa melhorar simplesmente porque precisa melhorar, ele não se conecta com aquela onda, e isso não elimina o surfista sinistro que Filipe é!

Para quem diz que Filipe é merrequeiro, vale lembrar que ele venceu em Margaret River o ano passado e Bells este ano em mares grandes e pesados, também em Margaret River, em 2017, ele ficou na 3ª posição do evento, com o mar gigante. Quando dizem que Filipe não sabe entubar, certamente essas pessoas não viram o 10 que ele tirou em Pipeline, surfando para o Back Door contra Michel Bourez, na 2ª bateria do 5º round do Pipeline Masters 2016, ou não assistiu ele fazer tubos longos e pesados na barrinha, vencendo Kelly inclusive, nas condições favoráveis a Kelly, Filipe não está entre os melhores em Teahupoo, provavelmente nunca estará, contudo, mesmo perdendo no Elimination Round Filipe marcou 14.83 pontos, esse placar é bem mais condizente com a realidade dele naquela bancada do que o placar do Opening Round. #Go77

Ítalo perdeu para Jadson André no Elimination, o champ se viu na eminencia de perder a vaga entre os cinco finalistas, para sua sorte Griffin Colapinto, sua maior ameaça, perdeu para Yago no round seguinte e garantiu o Brabo entre os cinco. Ao perder para Yago, Griffin ficou nas mãos de Jadson André que enfrentava Kanoa Igarahi, o japonês chegou em Teahupoo na sexta posição, na bateria contra Jadson, Kanoa perdia até os dois minutos finais, quando entrou uma bomba e o japonês achou o melhor tubo da bateria, ele viajou em uma corrida contra um lip que insistia em correr mais rápido, mas, Kanoa é um competidor encrespado, no finalzinho da onda ele acelerou e saiu completamente limpo. Com essa onda o japonês garantiu sua vaga entre as cinco, Griffin viu pelo segundo ano consecutivo, a vaga escapar de suas mãos aos 48 do 2º tempo, por apenas uma bateria, com a derrota de Griffin os cinco finalistas são: Filipe Toledo, Jack Robinson, Ethan Ewing, Ítalo Ferreira e Kanoa Igarashi.

Matthew McGilivray - Foto: Damien Poullenot

Independente da definição daqueles que se classificaram para a disputa do título mundial, o show hoje foi dos coadjuvantes, Matthew McGillivray tirou o primeiro 10 do evento e também o primeiro de sua carreira na elite, o sul-africano mostrou que seu surfe cresce quando o mar cresce, em condições extremas Matthew se jogou em uma massa d´água de 12 pés, executando um air drop descomunal, de proporções colossais, colocando no trilho e viajando profundo no túnel azul. saindo na baforada incólume, talvez ele não soubesse, mas todos que assistiam sabia que ali vinha um 10, infelizmente essa performance foi contra Samuel Pupo. O Brasileiro assim como o Matthew surfou muito, Matthew marcou 17.00 pontos, Samuel 16.43, ele perdeu a bateria mas sua atitude lhe rendeu ainda mais respeito, para coroar sua gana competitiva, Samuel levou o prêmio de Rookie of The Year, o estreante do ano, já o sul-africano, apesar de não garantir prêmio nenhum hoje, deu sinais que pode chegar à vitória amanhã, ele tem um pareô duro, o local Kauli Vaast, tão soltinho na vala quanto o próprio Matthew.


Nathan Hedge - Foto: Damien Poullenot

Matthew e Samuel fizeram aquilo que até o momento era a melhor bateria da competição, enquanto isso, Jack Robinson brincava de trocar notas contra um Nathan Hedge que estava sendo confundido com a boia do evento, surfando praticamente sozinho, Jack aprisionou Nathan em uma combinação de 17.60 pontos, a essa altura Filipe olhava para o horizonte e se via chegando em Trestles na segunda colocação, até que, perto dos cinco minutos finais, em um espaço de três minutos, Nathan explodiu a prisão psicológica de Jack pegando duas bombas, uma lhe rendeu 9.87 a outra 8.43, com isso Nathan saiu da combinação para a vitória, imputando a Robinson o sabor de seu próprio veneno, ao virar a bateria nos minutos finais, Nathan Hedge garantia a Filipe a lycra amarela em Trestles, lycra que só o líder pode usar, lycra mais que justa pelo ano irrepreensível que Filipe fez, parabéns Filipe, sua hora está chegando.

Três brasileiros continuam vivos em Teahupoo, Yago Dora, Caio Ibelli e Miguel Pupo, eles enfrentarão Kelly Slater, Nathan Hedge e Kanoa Igarashi respectivamente, no feminino Tatiana Weston-Webb vai encarar a perigosíssima Caroline Marks veja aqui a relação das baterias.

A WSL inovou com o post show em português, Klaus Kaiser, André Gioranelli e Vinicius Fornari estão dando vida a algo que nós sempre ambicionamos, demorou, mas enfim chegou, valeu Klaus!

Amanhã provavelmente o campeonato terminará, as cartas estão na mesa, é difícil dizer quem está surfando melhor, se Kelly Slater não vencer, Teahupoo conhecerá um novo campeão, o Brasil tem três chances, não perca, a chamada nessa sexta será às 13:30h; Até lá!




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