top of page
Foto do escritorRedação | Vision Surf |

Em mais um dia épico, brasileiros dão show e Kelly mira sua oitava vitória na rainha de Oahu.


O segundo dia de competições entre os homens começou com um cenário paradisíaco, mar grande, liso, agua azul, muito sol e show de surf na maioria das baterias em Pipeline.


Lineup de Pipeline - Foto: Tony Heff

João Chianca mostrou para quem quisesse ver que, o adversário que quiser realmente vence-lo terá que surfar dobrado, o surfista "além ponte" deu show, entrou leve, seguro, disputou remada, dropou atrasado saindo na baforada, usou todo seu arsenal para vencer o melhor surfista da primeira fase, pior para Jack Robinson, que vinha com pinta de campeão e foi atingido por um chumbo tupiniquim.

João Chianca - Foto: Tony Heff

Em sua bateria seguinte Chianca encontrou Jhon John, o havaiano entrou bem ativo mas não conseguiu completar suas duas primeiras ondas, enquanto isso Chianca observava as series, estava muito difícil se posicionar nessa bateria, na primeira onda que John John conseguiu completar ele brigou horrores para poder se posicionar no barrel, o champ até conseguiu fazer um bom tubo, contudo a nota foi excelente, 9.77, confesso que não encontrei conexão entre a onda e a nota, mas não sou Juiz, Chianca que não estava nem ai para aqueles pontinhos a mais que mesmo sem precisar John John sempre recebe, mais uma vez mostrou frieza, segurança e muita competitividade ao fazer a melhor nota da competição, um 9.87, bem na frente do havaiano, como se havaiano fosse, ele arrancou gritos da praia mas faltou para o brasileiro uma backup wave do mesmo nível para que ele pudesse avançar, John John não surfou dobrado, mas vamos combinar que para ele vencer não precisa de muito, existem coisas as quais você não precisa se aprofundar, John John foi John John e Chianca perdeu impondo muito respeito, em um lugar que performance determina se você vai ser respeitado ou não.

Miguel Pupo - Foto: Brent Bielmann

Miguel Pupo chegou em Pipeline conectado com o mar, com confiança, com atitude, mostrou toda intimidade que tem com os tubos surfando com elegância e despencando em drops insanos, Miguel minou os planos do destemido Ítalo, autodenominado Brabo, de avançar no mar mais épico de Pipeline, Migs que declarou recentemente que as marcas não abriram as portas para ele depois que foi dispensado da Hurley, antes de eliminar Ítalo, ele já havia parado o Connor O´Leary, que é o novo contratado da Hurley, e que ao contrario de Miguel já caiu duas vezes, vai entender essa lógica.

Filipe mostrou porque é vice-campeão mundial e mandou um dos Florence para casa, mas não conseguiu triunfar contra o Seth Moniz, eles fizeram uma bateria muito abaixo da média, o 7 vs 77 não foi algo tão atrativo, eu diria que foi a bateria mais fraca do dia, quando terminou restou a Filipe afiar as garras para Sunset e para Josh a difícil missão de encarar John John nas quartas.

Samuel Pupo - Foto: Tony Heff

Samuel Pupo que vinha surfando discretamente no outside de Pipe, cresceu absurdamente quando as condições intimidavam até os havaianos, o filho caçula do Vala se impôs logo em sua primeira etapa, avançando em um mar gigante sobre o também gigante sul-africano Jordy Smith, Jordy que há poucos dias declarou à STAB que sua meta inicial era vencer Pipe e Sunset, agora terá que atualizar seus planos. Quando Samuel Pupo avança sobre Jordy ele se junta a seu irmão Miguel nas quartas de final, situação inédita para o surfe brasileiro em Pipeline, além disso, ele garante um brasileiro nas semifinais, já que seu adversário nas quartas será o sempre perigosíssimo Caio Ibelli.

Kelly Slater e Barron Mamiya - Foto: Tony Heff

O Capítulo à parte em todo o dia de competição foi a vitória de Kelly Slater sobre Barron Mamiya, o havaiano encurralou Kelly durante todo o confronto, sempre à frente do GOAT, mas faltando dois segundos para terminar Kelly fez sua mágica de número 36.876 em Pipeline, ele dropou atrasado, com grab, encaixou a prancha no trilho, sumiu no tubo, ficou deep e saiu com a certeza de que tinha virado, ele anotou 9.23, Barron percebeu a duras penas que para vencer Kelly em Pipe precisa ser mais do que bom, precisa estar sempre na casa do excelente. O Careca esse ano completou cinco anos sem vencer uma etapa no tour, nove anos desde sua última vitória em Pipe e trinta anos de sua primeira vitória na mítica onda de Oahu, essa combinação dá mais asas às suas ambições do que qualquer propaganda da RedBull jamais poderia lhe prometer, a intimidade com aquele lineup favorece Kelly, as condições do mar favorece Kelly, a experiência lhe favorece, a idolatria da areia lhe favorece, algumas ausências lhe favorecem, tudo favorece a mente vencedora de Kelly, inclusive a presença de John John, seu adversário na última vitória em Pipeline, resta agora ele organizar tudo isso em sua mente e emplacar mais uma mágica, vencer Pipeline aos 50 anos, nos últimos anos ele nunca teve uma chance tão clara, e ele sabe disso, Kelly é uma máquina perfeita de competição, não duvidem.

Os brasileiros fizeram bonito em Pipe, estamos nas quartas de final sem Gabriel, Filipe ou Ítalo, chumbinho fez as melhores performances, Samuel fez melhor resultado entre os estreantes, Caio chegou como convidado e já está entre os oito, e, Miguel mostrou aquilo que todos sabem, mas que não vinha sendo revertido em resultados, ele é sinistro.

Kelly, John John, os Pupo ou qualquer outro que vencer Pipeline 2022 terá vencido o melhor Pipeline da década, preparem a pipoca porque nenhum roteiro de cinema pode ser melhor do que as surpresas que Pipeline nos reserva, inclusive com uma possível mas pouco provável final entre os Pupo, mas antes disso eles precisam entrar no mar com a mesma atitude de ontem e desprogramar a mente vencedora de Kelly, e quando o assunto é tubo, isso não é fácil.

Aoloha!






560 visualizações0 comentário

Commentaires


bottom of page